Recebi hoje da pintora e professora Paivi Tiüra, da Finlândia, esta linda poesia finlandesa, sobre a paz, que compartilho com os leitores.
A Paz não é Pessoal
Rauha S. Virtanen, escritora finlandesa
Tradução: Denis Botana, aluno de finlandês da Escola de Línguas Millennium
Sou uma pessoa que ama a paz.
E não aguento ouvir sempre falar
de guerras e brutalidade,
opressão e imperialismo.
Minha casa é meu castelo.
Desligo o rádio e a televisão,
dobro o jornal e o deixo de lado.
O silêncio toma conta de tudo.
Logo já consigo ouvir
meu filho dormir
e uma pomba saltitando no parapeito.
Acendo uma vela,
ouço um pouco de címbalo
e espero a paz chegar a mim.
As velas acesas, o címbalo toca e a criança dorme.
Mas a paz não veio.
Não chegou a pomba branca.
Não chegou.
Isso porque a paz não é pessoal.
Um esconderijo não funciona por muito tempo.
O lar fica sem ar.
A pomba bica até a janela se quebrar
e isso porque a paz não é pessoal.
Hoje você pode fugir,
mas amanhã já sabe,
que em algum lugar caem bombas
e que sangue humano ainda corre.
A carne chamusca sem parar.
As selvas queimam
e as jaulas não vão ficar vazias.
O campo de concentração de Saigon , essa antessala do inferno
logo aparecerão mais.
É só você esperar....
O massacre de Song My se repetirá de novo e de novo
e a criança correndo e ainda queimando
não irá parar de avançar em qualquer jornal
que você abra.
Meu amigo, saiba:
Tanto é verdade que o imperialismo é o capitalismo em seu auge
quanto é verdade que a guerra é seu eterno companheiro.
O mal se comprime intenso
para explodir sempre
com mais destrutivas consequências
São a guerra e a exploração ações organizadas.
Os exploradores são organizados
e não se incomodam por atos de uma pessoa.
Você pode queimar na rua.
Eles te olharão de canto de olho, só isso.
Ou nem isso.
Meu amigo,
O crime organizado acaba
somente com um exército da paz.
Cada pacifista deve pegar seu lugar
um exército mundial pela paz.
Só grupos têm esperança.
Somente a força dos grupos dá o direito de sonhar
com a chegada da pomba branca.
“Rauha S. Virtanen é uma escritora finlandesa de literatura para jovem. Ela fez esta poesia por volta devolta de 1970. É um exemplo de como a poeta pega intuitivamente muitas coisas certas. A poesia original em finlandês é forte e linda. A tradução, também, é bem feita pelo aluno de Finlandês , Denis Botana.” (Paivi Tiüra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário